Steven Mnuchin, investidor e ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos durante a administração Trump, quer assumir o controle do TikTok no país de uma maneira um tanto inusitada: reconstruir do zero o popular aplicativo de vídeos, segundo The Washington Post.

Mnuchin compartilhou com investidores a ideia de adquirir o TikTok sem seu algoritmo de recomendação – essencialmente, o coração da plataforma – devido à proibição chinesa de exportar tal tecnologia. Esse plano exigiria recriar o aplicativo, conhecido por suas sugestões precisas de vídeos aos usuários, enfrentando o desafio de replicar um serviço construído sobre bilhões de linhas de código.

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Steven Mnuchin investidor e ex secretário do Tesouro dos Estados Unidos Imagem Matias LynchShutterstock

Os desafios enfrentados por Mnuchin para realizar tal feito são consideráveis, começando pelo fato de que o TikTok, com mais de 170 milhões de contas nos EUA, não está oficialmente à venda.

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Além disso, a complexidade técnica para imitar a infraestrutura da plataforma é imensa, incluindo bilhões de vídeos, funcionalidades de edição, música de fundo, efeitos visuais, além de sistemas de publicidade e compras online.

Especialistas no setor tecnológico veem o plano de Mnuchin com ceticismo, dada a dificuldade histórica de grandes empresas de tecnologia em replicar o sucesso do algoritmo do TikTok.

Matt Perault, professor da Universidade da Carolina do Norte e ex-diretor do Facebook, destaca a concorrência acirrada no setor para desenvolver um algoritmo no nível do TikTok, ressaltando que mesmo empresas estabelecidas lutam para alcançar esse objetivo.

Para piorar, a tarefa enfrenta obstáculos legais e técnicos, inclusive a real viabilidade do projeto dentro do prazo de desinvestimento de seis meses – caso ultrapassem esse tempo, o aplicativo poderia sofrer banimento nacional.

“Isso é como reconstruir o Facebook – essa é a tarefa aqui”, disse uma fonte que conhece a proposta de Mnuchin. “Isso não pode ser feito em 180 dias – ou mesmo anos.”