Em novembro de 2021, a NASA lançou ao espaço a missão DART (sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo), para colidir com um sistema binário de rochas espaciais a fim de testar um novo método de defesa planetária.
Além de redirecionar com sucesso o asteroide Dimorphos (“lua” do irmão maior Didymos), o impacto da espaçonave enviou enormes pedregulhos ao espaço, variando em tamanho de um a sete metros de diâmetro – uma massa total de aproximadamente mil toneladas.
![dartabre1024x5761 TechBlogbr Ilustração mosta a espaçonave DART se aproximando de asteroide](https://tech.blog.br/wp-content/uploads/2024/04/dart_abre-1024x576-1.jpg)
Um estudo disponível no servidor de pré-impressãoarXiv, que aguarda revisão de pares para publicação, analisou o caminho orbital que esses 37 objetos vão percorrer nos próximos 20 mil anos, descobrindo que a Terra está a salvo de impactos. A aproximação máxima com o planeta, segundo o artigo, acontecerá em cerca de 2.500 anos, quando um desses detritos de Dimorphos chegará a 0,02 unidades astronômicas (UA) de nós – o equivalente a cerca de três milhões de km.
Marte terá órbita cruzada com pedaços do asteroide Dimorphos muitas vezes
No entanto, o mesmo não se pode dizer de Marte. “Simulações numéricas mostram que todas as rochas do enxame cruzarão a órbita de Marte várias vezes nos próximos 20 mil anos”, diz o artigo. “O enxame simulado é estatisticamente representativo do conjunto de 37 rochas reais descobertas recentemente usando observações do Telescópio Espacial Hubble que foram ejetadas durante o impacto da espaçonave DART em Dimorphos. Portanto, devido aos cruzamentos de órbita que acontecem na evolução de longo prazo, é possível que algumas das rochas impactem Marte no futuro”.
Same video as before of ATLAS observing the DART impact, but tracked sidereally (with the stars). Each frame is about 40 seconds, and the entire sequence is about two hours. pic.twitter.com/p7Sgvfu2CK
— ATLAS Project (@fallingstarIfA) September 27, 2022
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Ainda de acordo com a pesquisa feita por astrônomos da Itália, esses impactos potenciais acontecem duas vezes em torno de seis mil anos no futuro, e duas vezes 15 mil anos mais à frente. Se os caminhos se cruzarem – e há muitas variáveis que podem alterar o caminho da rocha, como a energia da luz solar, por exemplo – a equipe analisou que tipo de impacto as rochas criariam.
“A condição de fragmentação, assumindo uma força média de cerca de 1 MPa, é alcançada quando o meteoroide atinge o solo marciano sem gerar rajadas de ar e com uma velocidade ligeiramente menor do que a inicial, porque a atmosfera marciana é muito fina para retardá-la significativamente. Por esta razão, neste caso, uma pequena cratera de impacto simples de cerca de 200-300 metros de diâmetro será gerada”, explicou a equipe.
No entanto, os pesquisadores alertam que não se pode descartar que as rochas oriundas de Dimorphos tenham uma força inferior a cerca de 1 MPa. “Neste caso, os meteoroides se fragmentarão na atmosfera marciana sem atingir o solo intacto, dando origem a um campo clássico espalhado”.
O post “Pedaços de asteroide que teve a órbita desviada pela NASA podem atingir Marte” apareceu primeiro em Olhar Digital