Uma discussão inusitada chamou a atenção nos últimos dias. Após autoridades da Alemanha terem sugerido a proibição da importação de troféus de caça devido a questões relacionadas com a caça furtiva, o governo de Botsuana, na África, disse que enviaria 20 mil elefantes ao país europeu para mostrar como é viver com tantos animais.

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Discussões sobre a permissão de caça

Tudo começou quando Steffi Lemke, ministra do Ambiente da Alemanha, afirmou que o país estuda a possibilidade de impor limites mais rigorosos às importações de troféus de caça.

Em resposta, Mokgweetsi Masisi, presidente de Botsuana, sugeriu enviar os animais para a Europa. Ele ainda afirmou que “é muito fácil se sentar em Berlim e ter uma opinião sobre os nossos assuntos em Botsuana”.

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As declarações foram dadas a um jornal alemão. Segundo Masisi, leis mais rígidas só causariam problemas para o povo africano. O líder botsuanês deixou claro que a oferta “não é brincadeira” e que o objetivo é mostrar aos alemães as dificuldades de conviver com tantos elefantes sem caçar.

Em março, Botsuana também ameaçou enviar 10 mil elefantes para o Reino Unido após deputados britânicos votarem a favor da Lei de Proibição de Troféus de Caça. As informações são do IFLScience.

Elefantes Africanos
Botsuana não tem estrutura para acomodar uma população tão grande de elefantes Imagem Katrina BrownShutterstock

Superpopulação de elefantes

  • Botsuana é o lar da maior população de elefantes do mundo, com cerca de 130 mil animais vivendo no país.
  • O problema é que falta estrutura para acomodar tantos elefantes.
  • Segundo o governo do país, há registros de uma série de incidentes envolvendo os animais, desde a destruição de plantações agrícolas até a morte de crianças.
  • Por isso, Botsuana já enviou 8 mil elefantes para Angola e 500 para Moçambique.
  • Além disso, as autoridades suspenderam, em 2019, a proibição da caça, permitindo que certo número de atiradores estrangeiros entrassem no país para matar elefantes.
  • O governo afirma que a prática injeta dinheiro na economia.
  • No entanto, grupos de defesa dos animais alegam que a prática é cruel e prejudicial à vida selvagem.